domingo, 7 de fevereiro de 2010

PUXANDO PELA MEMÓRIA

Eu disse na última edição de minha coluna no Folha do Estado que voltaria ao assunto relativo à nossa falta de memória. Faço isso, dentre outros motivos, levado pela cobrança de um leitor, que também é meu amigo de muitos anos. Trata-se do advogado Nivaldo Conrado, poconeano há muitos anos radicado em Cuiabá. Pois bem, Nivaldo chama a minha atenção para o esquecimento (ou ingratidão) ao Camilo Ramos dos Santos, não da minha parte especificamente, mas da sociedade cuiabana. Nivaldo se indigna ao perceber que ninguém faz qualquer referência ao Camilo quando o assunto é teatro. E isso é verdade, meu amigo. Camilo deu um grande impulso ao teatro mato-grossense, particularmente nos anos 70. Primeiramente no Colégio São Gonçalo e, mais tarde, no SESI, onde dirigiu e iniciou muita gente que mais tarde viria a brilhar nos palcos deste imenso Mato Grosso: Liu Arruda, Mara Ferraz, Rubinho, Regina Lobo, Malu Calçados, Ilton, Zé Mario, Sebastião, Monteiro, Geraldo, Cir Luiz, Nagib, o próprio Nivaldo e eu, dentre tantos outros. Aliás, a primeira vez que fui a um teatro, foi para assistir a uma peça do Camilo: “A Moreninha”, com parte desse pessoal no elenco. Eu tinha apenas dezessete anos de idade. Mas isso foi decisivo em minha vida. Foi amor à primeira vista. Na semana seguinte eu já fazia parte do grupo. Um dos grandes obstáculos à minha permanência lá, foi o meu pai. Quando ele viu que eu estava em companhia de pessoas “esquisitas”, para a ótica dele, proibiu-me de continuar freqüentando o grupo. Fiquei arrasado. E quem veio em meu socorro? Nivaldo Conrado, ora pois! Talvez nem ele se lembre disso. Já na época um homem eloqüente, por isso hoje é um advogado brilhante, Nivaldo convenceu meu pai a me deixar atuar como ator. Por isso sou-lhe grato, eternamente!

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