terça-feira, 29 de junho de 2010

POBRES ARANHAS

Temidas e odiadas, as aranhas estão por toda a parte. Tanto faz se o lugar é quente e seco, ou frio e úmido. Lá estão elas. São mais de 32 mil espécies identificadas. Todas, indistintamente, são esmagadas pela maioria das pessoas. Que implicância! Você pode até achá-las feias e repugnantes, mas elas também têm direito à vida. E isso ninguém pode negar. Mas, bem distante daqui, no Camboja, elas são vistas por outro ângulo. Infelizmente nem assim estão à salva, pois seu destino é invariavelmente a panela. Turistas do mundo todo vão ao sudoeste asiático para comê-las, bem fritinhas ao alho e óleo. Melhores destinos tiveram as aranhas do nosso filósofo e roqueiro Raul Seixas, apesar de toda a repressão sofrida. Vejam:

 

quinta-feira, 24 de junho de 2010

VIZINHO MALA

Juro que não sou um vizinho chato. Sou bem na minha. Quase nem paro em casa e por isso não tempo tenho para conviver com a vizinhança e muito menos me indispor com ela. Moro no bairro há 50 anos e sempre tive um relacionamento pacífico e amistoso com as pessoas por aqui. Durante muitos anos as casas sequer tinham muros. E isso nunca causou problemas para ninguém. Ao contrário, estreitavam os laços de amizade. Atualmente, a regra são os muros altos. Ninguém mais convive com o seu vizinho e, paradoxalmente, os limites territoriais são muitas vezes desrespeitados, violentamente. As pessoas perderam a noção das coisas. E o que se vê frequentemente é a invasão de espaços. Estou passando por isso agora. Tenho um vizinho (ou vizinha) que cismou que a porta da minha casa é um lixão, pois se aproveita da minha ausência para depositar seus dejetos na lixeira que tenho. Não tive outra alternativa a não ser escrever e fixar próximo à minha lixeira, um cartaz com os seguintes dizeres: “Atenção vizinho cara de pau, esta lixeira tem dono e a porta da minha casa não é lixão. Fui claro?”. Depois não venha dizer que sou chato. Se ele ou ela continuar a insistir, tomarei outras providências. Fiquei mais preocupado ainda ao ler na imprensa que o serviço de coleta de lixo será suspenso http://www.midianews.com.br/?pg=noticias&cat=3&idnot=25720. Ai de mim!  



quarta-feira, 23 de junho de 2010

DÁ-LHES, ENAWENÊ-NAWÊ!

Bem distantes daqui, a 473 km de Cuiabá, em Sapezal, município do norte do Mato Grosso, os Enawenê-nawê estão prontos para a guerra. Como sempre, contra os cara pálidas, e o seu capitalismo avassalador, destruidor de seus territórios, uma constante ameaça à sua sócio-cosmologia. Armados, eles protestam contra a construção de uma usina telegráfica na região do Rio Juruena. Quer saber mais sobre os Enawenê-nawê, clique no link abaixo.


http://pib.socioambiental.org/pt/povo/enawene-nawe

segunda-feira, 21 de junho de 2010

ESSE TAPA NÃO VAI FICAR ASSIM!

Quando penso em “elites brancas” tenho claro pra mim que aí estão também incluídos os negros embranquecidos, muitas vezes pelos brancos, quando estes ascendem ao poder. Nessas condições não é raro os brancos concederem “títulos” de mulatos, morenos e pardos aos negros. Também não é raro que os negros aceitem essa “titulação”, sem questionar. Esses perderam a oportunidade de aprender com o deputado Vicentinho, quando certa vez, falando da tribuna esclareceu que ele não é mulato porque não é filho de mula; e também não é pardo porque não é pardal. Se todos os senadores negros recusassem essa “titulação” e se assumissem enquanto afro-descendentes, talvez não estivéssemos agora amargando essa derrota. Mais uma. Pulverizando a negritude, as elites brancas deram mais uma vez um tapa na cara da população negra, ao aprovar o Estatuto da Igualdade Racial, da autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), com ressalvas. Somente o fato de ter ficado engavetado dez anos aguardando aprovação, já dava sinais de que não era considerado relevante. Aprovado recentemente contém cortes drásticos, representando uma enorme derrota aos movimentos negros. O texto mutilado, com relatoria do senador branco Demóstenes Torres (DEM-GO), contou com interferências dos dedos podres da bancada ruralista. Retirou-se, então, do texto original a definição de quem são os remanescentes de quilombolas e derrubou a obrigatoriedade de reservas de vagas para negros e negras nas universidades e na indústria cultural. Continuam valendo as estéticas, os ideais e a lógica européias. Nos ferramos, de novo!
(Assista ao clip de Elza Soares, abaixo. Mata a pau!)










sexta-feira, 18 de junho de 2010

MISTERIOSO CASARÃO DOS MENDONÇA


A fachada que sobrou do casarão da Rua Barão de Melgaço, onde moraram Estevão de Mendonça e seu filho Rubens, dois dos maiores historiadores de Mato Grosso, foi demolida, apesar de estar situada em pleno Centro Histórico de Cuiabá, área que deveria estar salvaguardada, amparada pela legislação patrimonial,  uma vez que é tombada. Portanto, quem mandou demolir cometeu um crime. Mas, quem foi o autor? Essa é a pergunta que não quer se calar. O fato é que alguém, aproveitando o feriado prolongado de Corpus Christi, contratou homens e máquinas para efetuar o serviço – ou melhor, o desserviço. Desserviço à nossa memória, já tão comprometida. O fato repercutiu nacionalmente. Revistas eletrônicas de patrimônio histórico noticiaram e lamentaram o fato. A família diz que não foi ela a autora. A Prefeitura também. Muito menos eu, concordam?. A família, inclusive, registrou um BO. Por sua vez o IPHAN e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente registraram queixa na Polícia Federal. Não precisa ser nenhum padre Quevedo para elucidar esse mistério...




quinta-feira, 17 de junho de 2010

RECLAMEMOS AO BISPO

Viver nas grandes cidades está se tornando cada vez mais difícil. Bom mesmo seria morar na lua. Meu Deus, como as pessoas estão violentas, insensíveis, com valores totalmente distorcidos... Leio os noticiários e me assusto ainda mais diante de tanta corrupção e ostentação, convivendo ao lado de tanta miséria... Aumenta cada vez mais o contingente de miseráveis enquanto uma minoria se enriquece cada vez mais e de forma ilícita. Como escolhemos mal nossos representantes... Raríssimas exceções, só pensam em adquirir vantagens a qualquer custo. “Foda-se a população e o planeta”, eles devem pensar assim. Em quem confiar? Na justiça?

terça-feira, 15 de junho de 2010

A ENERGIA DE CÉLIA CRUZ

Quero compartilhar com vocês a energia contagiante de Célia Cruz, cantora cubana falecida em 16 de julho de 2003. Clique no link abaixo e divirta-se!

FESTIVAL DE INVERNO DE CHAPADA: O TERROR

A partir do dia 26 de junho, quando começa o Festival de Inverno, Chapada dos Guimarães voltará a ser uma terra de ninguém. Com o festival a cidade vira um caos. Seus moradores, que nunca toleraram os hippies e afins, tradicionais freqüentadores da cidade, devem sentir falta da galera maluco beleza. Descoberta pelos ricos e emergentes, estes propagam o terror por lá. Lamentavelmente a nossa elite econômica não é uma elite cultural. E assim uma enorme quantidade de gente endinheirada, arrogante, bêbada e drogada sobe a serra, sem respeito a nada e nem a ninguém. A poluição impera em todos os níveis, do ambiental ao sonoro. Deixa um rastro também de mortos. Todo ano é assim: muita gente morre na estrada, a falta de água encanada, o barulho ensurdecedor dos sons automotivos, brigas e confusões. Pior é saber que para instaurar esse clima de terror o governo do Estado está investindo um milhão e duzentos mil reais, com o dinheiro dos impostos pagos por nós. Além de tudo, o acesso à programação nacional é excludente. Quem comprar antecipadamente o ingresso para o show de Ivete Sangalo, por exemplo, pagará R$ 20,00. Se deixar para comprar na hora, deverá desembolsar individualmente R$ 60,00. A programação regional certamente é gratuita. No entanto, como acontece todos os anos, os artistas locais nunca sabem quem está organizando. Esse detalhe vira um mistério. Sem saber a quem enviar propostas, ficam também excluídos. E assim o festival transforma-se também  em coisa de comadres. Quando é que tudo isso irá mudar?

O LOBISOMEM NOSSO DE CADA NOITE


O Lobisomem é um bicho esquisito. Só anda às sextas-feiras, às altas horas da noite, sempre quando a lua é cheia. Mas isso não é empecilho pra que povoe o mundo. Eles existem em todo lugar. Dizem que nasceu na Europa, antes de Cristo, e também circula pela África, onde é conhecido como “Kibungo”. Aqui no meu bairro, por exemplo, é um velho chegado nosso. Desde eu criança ouço dizer que perambula pelo bairro Lixeira. Ver eu nunca vi, graças aos deuses. Mas ouço falar. E muito. Aparece de tempos em tempos, a ponto até de eu achar que era um patrimônio do nosso bairro. No entanto, soube que tem sido visto lá pelas bandas de Várzea Grande. Mas, pelo que ouço, o Lobisomem da Várzea Grande é diferente do nosso. É mais bravo e perigoso. Já matou cachorro, correu atrás de jovens indefesas, arranhou carros. O do Lixeira também assusta, claro. Afinal, que graça teria um Lobisomem que não assusta? Naturalmente se parece com seus parentes: é peludão, tem as unhas afiadas e os caninos pronunciados. É meio homem, meio lobo. E, assim como os demais, rola pelas encruzilhadas sujas de melecas dos animais, invade os galinheiros pra comer o cocô das galinhas, visita as casas em busca de recém-nascidos para lamber suas fraldas sujas (éca!!!)... Que figura, heim?! Se bem que ultimamente ele deu uma sumida daqui. Deve estar fazendo charminho...




terça-feira, 8 de junho de 2010

HÁ QUANTO TEMPO...

Impressionante, mas fazia um tempão que eu não postava nada aqui. Juro que não foi por descaso ou falta de tesão. Quer dizer, houve um pouco de falta de tesão, sim. Deixei-me envolver por tantas coisas chatas e estressantes, a ponto de quase não ter tempo para os prazeres da vida. Felizmente me toquei a tempo. Comecei a fazer, então, uma faxina em minha vida. Fui tirando de meu cotidiano tudo aquilo que me incomodava. E nessa faxina estão incluídas algumas pessoas. Lamentavelmente ainda não posso dizer que a faxina foi geral. Mas eu chego lá. Segunda-feira retomarei a tal faxina. Aproveitei este feriado prolongado para me preparar e me fortalecer. Pensei muito e descansei bastante, pois sei que a tarefa exigirá de mim uma força hercúlea. Mas tudo em nome da paz!