quarta-feira, 29 de setembro de 2010

JÁ É TEMPO DE PEQUIS

O cheiro de pequi, que eu amo, já invadiu a cidade. Aqui e ali já se é possível visualizar ambulantes vendendo os frutos amarelos de cheiro forte e inconfundível. Mas os preços... Estão pela hora da morte: sete reais o litro!   Como sou um cara privilegiado, abençoado pelos deuses e pelas deusas, tenho dois pés de pequis, enormes, em meu quintal, lá na Varginha. Baba, baby! http://www.altiplano.com.br/Pequi1.html


terça-feira, 28 de setembro de 2010

CURURU E SIRIRI: TANTAS PERGUNTAS...

Assisti ao último dia do 9º Festival de Siriri e Cururu de Mato Grosso, mega festa que até então vinha acontecendo na Avenida Beira Rio. A mudança, este ano, para o Parque de Exposições pareceu-me feliz. Havia amplo estacionamento, acomodação suficiente para o público se sentar, parecia tudo muito tranqüilo, apesar da lotação quase esgotada. Já na parte destinada à gastronomia, a calmaria era preocupante. Estava deserta. Acho que os comerciantes não se deram muito bem. Exceção para os vendedores ambulantes de espetinhos, cachorros quentes e baguncinhas, bastante frequentados. Foi uma grande festa sim, como nos anos anteriores. Mas, de qualquer forma, voltei pra casa cheio de perguntas: “O festival vem desmentir aqueles que anunciavam a morte do siriri e do cururu?” Não sei. Talvez o siriri e o cururu estejam, de fato, mortos em sua essência para renascer como algo que, se não se pode chamar de novo, traz em si visíveis mudanças. Seria reduzir demais a discussão se a tratarmos meramente sob o aspecto maniqueísta. Boas ou más, a verdade é que as mudanças ocorreram obedecendo a dinâmica própria a toda manifestação cultural. Assim, o siriri e o cururu, não são mais como os conhecemos nas comunidades que o praticavam ou ainda o praticam. Ganharam nova roupagem, flertando com o estilo Hollywood de se fazer espetáculo, guardadas as devidas proporções, evidentemente. E isso tem agradado às massas. Tanto que são quatro noites de casa cheia. No entanto observei que, às vezes, quando alguns grupos entravam na arena faziam tanta macaquice, tanta invencionice, que eu me perguntava: “Cadê o siriri, cadê o cururu?”. Talvez esse seja o preço a ser pago pelo fato de terem chegado ao século 21 como duas das maiores expressões culturais da Baixada Cuiabana...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

DIA CUIABANO SEM CARRO?

Lentamente começa a ganhar adesão a campanha do Dia Mundial Sem Carro, comemorada hoje em todo o mundo. Ao sair cedo de casa, à pé, não notei diferença nenhuma no trânsito de Cuiabá. Mas já foi pior, pois antes nem se falava no assunto. Por aqui ainda falta incentivo para que a população deixe seus carros em casa.  A idéia do movimento, nascido na França, em 1988, é que se busque meios alternativos de locomoção, como a bicicleta. Mas, pedalar por aqui é bem complicado. Sem contar as enormes ladeiras, há ainda o agravante da má educação dos motoristas. Quanto mais grana se tem, mais se polui. Afinal, a grande maioria da população é empobrecida e não tem carro. Enfrenta o busão ou vai caminhando mesmo. Embora sejam os que menos poluem, são os pobres que mais sofrem os efeitos desse modelo cruel e insustentável de desenvolvimento.  Que esta data sirva ao menos pra gente refletir um pouco sobre nosso estilo de vida e avaliarmos o que estamos fazendo para ajudar a salvar o planeta...     

BAIRRO LIXEIRA E O ABANDONO

Quem mora no bairro Lixeira, assim como eu, já vive assustado. São inúmeros pontos de drogas por todo o bairro. Todo mundo sabe onde eles ficam. Mas todos se sentem impotentes. A polícia fecha uma delas, quando é no dia seguinte, volta a funcionar a todo vapor. A verdade é que a história do bairro pode ser contada antes e depois da invasão do maldito crack.  A Lixeira é um bairro tradicional de Cuiabá, bem próximo ao centro histórico, cuja população até recentemente ainda cultivava alguns hábitos característicos da cidade, como sentar-se à porta ao final da tarde. As residências nem sequer tinham muros. Agora todos vivem trancados. Roubos acontecem à luz do dia. Não bastasse isso estamos convivendo agora com um toque de recolher, motivado pela morte de um jovem de outro bairro, assassinado no Lixeira. Estamos abandonados à própria sorte?        

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

LINDO E TRISTE CERRADO

Nada de chuva... Mato Grosso continua em chamas... Os metereologistas dizem que as três primeiras virão repletas de impurezas. Portanto, é aguardar para tomar o tão esperado banho de chuva. Em Santo Antônio do Leverger, pra onde vou frequentemente, toda semana tem focos de incêndios. Nem o Morro se salvou. Foi triste vê-lo em chamas. O ar, em todo o Estado, é pura fumaça. Tudo fica com uma atmosfera muito baixo astral. Mas o cerrado é surpreendente. Você sai andando pela paisagem desolada pelas queimadas quando, de repente, se depara com umas árvores lindas, repletas de flores, com um colorido intenso. Faz um bem danado aos olhos e, sobretudo, à alma. Viva o cerrado!


quarta-feira, 15 de setembro de 2010

LIU ARRUDA NÃO MORREU

Já se passaram dez anos da sua morte e Liu Arruda continua dando pano pra manga. Esse meu amigo foi um fenômeno. Gente como ele não nasce a qualquer hora, como chuchu na serra. Nem ator com esse carisma todo, capaz de arrebatar multidões. Foi amado, paparicado, do jeito que gostava. Mas também foi odiado. Para esses, nem tchum. Por mais que, em determinado momento, tenha se bandeado para um teatro mais comercial, não deixava de afrontar os corruptos, os maus cidadãos, fiel às suas origens de um tempo em que o teatro sentia-se comprometido com a construção de um mundo mais solidário e justo. Liu Arruda pertenceu a essa geração de atores militantes, que inúmeras vezes foram pras ruas defender uma causa, valendo-se do teatro. Tenho orgulho de pertencer a essa turma, da qual também fizeram parte Meire Pedroso, Mara Ferraz, Claudete Jaudy, Augusto Prócoro, Wagton Douglas e Vital Siqueira. Tivemos o privilégio de contar com autores e diretores do porte de Luiz Carlos Ribeiro e Chico Amorim. Ainda hoje Liu Arruda, um ícone dessa geração de atores, continua fazendo escola por aqui. E devemos muito desse milagre aos avanços tecnológicos. Jovens que não tiveram a oportunidade de vê-lo nos palcos ou na TV podem acessá-lo através dos conteúdos disponíveis na Internet. Algumas de suas personagens transformaram-se até em toques de celulares. Covers do mais popular ator mato-grossense povoam a cidade. Apesar disso não podemos, infelizmente, afirmar que Liu Arruda permanece vivo em um país célebre por ser desmemoriado. O que nos chega ao presente, seja por que meio for, é quase sempre uma imagem distorcida do ator, obscurecida pela caricatura. Liu Arruda foi muito mais. E Regis Gomes, um jovem e talentoso artista plástico, conseguiu captar isso muito bem. Durante meses fixou seu olhar sensível sobre o polêmico homem multimídia. O resultado foi dos melhores. Mais que revelar caras e bocas, Regis conseguiu captar a essência do homenageado, ou seja, características que ele tinha de melhor: a irreverência, o inconformismo e a rebeldia. E assim, por intermédio de Liu Arruda, Regis Gomes trouxe para o presente ingredientes vitais, que podem nos tirar da apatia, do egoísmo e, sobretudo, do silêncio sepulcral em que nos mergulhamos. Inexoravelmente.

IRREVERÊNCIAS – Exposição do artista plástico Régis Gomes

De 09 a 24 de setembro de 2010

Das 8 às 18h, na Secretaria da Cultura de Cuiabá (Antigo Clube Feminino)


terça-feira, 14 de setembro de 2010

MEU IRMÃO, QUE GENTE É ESSA?

Depois de uma longa ausência, cá estou de novo. E estou assombrado. Com tudo o que vem acontecendo, principalmente durante este período eleitoral. Os jornais de hoje informam que o Lula afirmou que o DEM, ex PFL, deveria ser extirpado. Pelo que sei, o que se extirpa é câncer. E o DEM é mesmo um câncer, cá pra nós. Portanto, deve mesmo ser extirpado. Mas o Bornhausen ficou puto com o presidente e disse que essa afirmação é consequência da bebedeira do Lula. O cara apelou. Deixem o presidente tomar umas cachaças de vez em quando...  Que coisa! Gente politicamente correta é foda. Mas, verdade seja dita, Lula foi parcial. Afinal, o PT também deveria entrar na lista dos partidos a serem extirpados. Jogou no esgoto sua estirpe, ora. Hoje eu estava no trânsito e o carro à minha frente trazia adesivos enormes de um candidato do PT ao lado de uma corja, gente da pior espécie...Fiquei pensando: quem diria que um dia eu fosse ver isso? Esse povo do PT perdeu o brio na cara. Tem gente ali capaz de matar a mãe pra se manter no poder. Caraca!