terça-feira, 28 de setembro de 2010

CURURU E SIRIRI: TANTAS PERGUNTAS...

Assisti ao último dia do 9º Festival de Siriri e Cururu de Mato Grosso, mega festa que até então vinha acontecendo na Avenida Beira Rio. A mudança, este ano, para o Parque de Exposições pareceu-me feliz. Havia amplo estacionamento, acomodação suficiente para o público se sentar, parecia tudo muito tranqüilo, apesar da lotação quase esgotada. Já na parte destinada à gastronomia, a calmaria era preocupante. Estava deserta. Acho que os comerciantes não se deram muito bem. Exceção para os vendedores ambulantes de espetinhos, cachorros quentes e baguncinhas, bastante frequentados. Foi uma grande festa sim, como nos anos anteriores. Mas, de qualquer forma, voltei pra casa cheio de perguntas: “O festival vem desmentir aqueles que anunciavam a morte do siriri e do cururu?” Não sei. Talvez o siriri e o cururu estejam, de fato, mortos em sua essência para renascer como algo que, se não se pode chamar de novo, traz em si visíveis mudanças. Seria reduzir demais a discussão se a tratarmos meramente sob o aspecto maniqueísta. Boas ou más, a verdade é que as mudanças ocorreram obedecendo a dinâmica própria a toda manifestação cultural. Assim, o siriri e o cururu, não são mais como os conhecemos nas comunidades que o praticavam ou ainda o praticam. Ganharam nova roupagem, flertando com o estilo Hollywood de se fazer espetáculo, guardadas as devidas proporções, evidentemente. E isso tem agradado às massas. Tanto que são quatro noites de casa cheia. No entanto observei que, às vezes, quando alguns grupos entravam na arena faziam tanta macaquice, tanta invencionice, que eu me perguntava: “Cadê o siriri, cadê o cururu?”. Talvez esse seja o preço a ser pago pelo fato de terem chegado ao século 21 como duas das maiores expressões culturais da Baixada Cuiabana...

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