terça-feira, 29 de dezembro de 2009

AGUENTA, CORAÇÃO!


O cineasta Fábio Barreto enfrenta atualmente dois dramas. Um, real e pessoal, pois há vários dias está internado em estado grave no Rio de Janeiro, em consequência de um acidente de carro; na telona, acabou de dirigir ”Lula, o filho do Brasil”, cujo lançamento nacional está previsto para o dia 1º de janeiro. Aguardadíssimo, o filme é um dramalhão. Conta a história do presidente Lula, filho de Aristides, um alcoólatra violento e cafajeste, que vem a conhecer o filho quando este já estava com três anos de idade. Coube à Lindu, a mãe, a barra de criar sozinha sete filhos. Quando reaparece, Aristides fica em casa apenas uma semana. Resolve ir embora para São Paulo e leva consigo um dos filhos. Este, cansado de maus tratos, escreve uma carta à mãe, fazendo-se passar pelo pai, e chama a família para morar em Santos. Lindu, a mãe, vende tudo e embarca para lá com os filhos. Chegando, descobre que Aristides vive com outra mulher. É um drama caro. Aliás, um dos mais caros do cinema nacional. Segundo a imprensa os custos giraram em torno de 16 ou 12 milhões de reais. Dizem que esse dinheiro não saiu de nossos bolsos. Ok, mas tem entre seus patrocinadores a má falada “Camargo Corrêa”, por exemplo. Tem também o patrocínio de um milhão de reais saído das mãos daquele sujeito que atende pelo nome de Eike Batista. Enfim, “Lula, o filho do Brasil” parece ter sido feito para arrancar lágrimas de muita gente. Vai bombar!

CINEMA ELITISTA?


Aliás, o valor dos ingressos para cinema em Cuiabá está bastante salgado, para esta que pode ser considerada uma forma de lazer popular. Apesar disso, o público aumentou consideravelmente este ano, segundo pesquisas. E as expectativas para o próximo ano são animadores. Daí, concluo que o brasileiro é, sobretudo, um forte!

UMA ESMOLINHA...


O Vale Cultura é uma iniciativa do governo federal que vem no rastro do vale transporte e vale refeição. Prevendo beneficiar 116 milhões de trabalhadores das classes C e D, o vale será no valor de R$ 50,00, a ser adquirido pelas empresas, que o distribuirão a esse segmento de seus trabalhadores, sem nenhum desconto no salário, para que estes adquiriam livros, CDs, dvs, além de comprar ingressos para teatros, shows e cinemas. Parece, à primeira vista, algo interessante, pois o acesso aos bens culturais neste país é restrito a uma elite. No entanto, R$ 50,00 é um valor ínfimo, em se tratando da indústria cultural. Melhor seria uma política de salários dignos e justiça social. Pensem no valor de um livro ou num show de Caetano Veloso, por exemplo. Aquecerá o mercado cultural, sem dúvida, mas o que isso representará para a população? Sei não, mas isso tem cheiro de esmola!

E A DECORAÇÃO DE NATAL, HEIM?


Não sei quem fez, mas a decoração de Natal da cidade de Cuiabá tem, certamente, seus méritos: o baixo custo, a tentativa de reciclagem e a busca de uma identidade regional. No entanto, o resultado obtido foi desastroso. Ficou muito ruim, vocês não concordam? O que são aquelas caixas cobertas por chitão? Vista de longe, à noite, causa até um efeito bonito, mas quando se chega perto, vem a decepção. A sensação que dá é de miséria, falta de inspiração e inventividade.

JOÃO SEBASTIÃO

Esta semana visitei meu amigo João Sebastião da Costa, que eu não via há mais ou menos dois anos. Rever o artista plástico que trouxe para as artes os cajus e as onças, transformando-os em símbolos caros para a iconografia mato-grossense, é sempre um prazer, uma alegria. Dedicado e disciplinado, João trabalha incansavelmente horas e horas, diariamente. É um exercício quase ritualístico, religioso. Apesar de passar a maior parte do tempo em seu ateliê, no bairro Consil, João tem olhos aguçados, críticos, e acompanha tudo o que se passa na sua cidade, que tanto ama e respeita. Se indigna e vibra com os fatos. Nada escapa ao seu olhar e à sua análise. Vida longa ao João Sebastião!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

TEATRO DA UFMT: VÁ ENTENDER

Inaugurado há quase 30 anos, o Teatro da UFMT vem enfrentando um lamentável processo de sucateamento nos últimos anos. São problemas básicos e emergenciais, como: refletores queimados, banheiros estragados, poltronas idem, instalações elétricas avariadas. Com 506 lugares, estava virando abrigo de gambás e morcegos. Ainda assim, dizem, não estava entre as prioridades da UFMT, o que causou um desconforto entre os artistas e a nova gestão da instituição. Mas agora esse astral começa a mudar. A Magnífica Maria Lúcia Cavalli Neder declarou recentemente que o TU será interditado para reforma no primeiro semestre do próximo ano. Vencida essa etapa, ainda resta mais uma luta a ser empreendida pelos artistas: que o Teatro cumpra a sua verdadeira função, enquanto sala de espetáculos, pois sua agenda está constantemente lotada com formaturas, palestras, seminários, congressos, diplomações de políticos, assembléias de sindicatos e afins. Quando sobra pauta, rola alguma apresentação artística. Dá pra entender?

FOI MAL

A vida é assim: tem gente que, de repente, pira. Foi mais ou menos isso o que aconteceu com a escritora e apresentadora do GNT, Fernanda Young. A diferença é que ela já é pirada há muito tempo e agora teve outro surto: decidiu posar para a revista Playboy, reduto das famosas coelhinhas. Longe da estética certinha de suas antecessoras, Fernanda tem uma estética mais “alternativa”. Seu corpo é repleto de tatuagens. Querem saber se o corpo dela é malhado, ou se ela usa silicone? Não sei informar-lhes. Não li a revista e nem pretendo, por motivos óbvios. E parece que essa que pode ser considerada uma das mais antigas formas de adorno da humanidade, não agrada muito ao gosto masculino. Os editores, claro, negam, mas dizem os especialistas que a revista encalhou nas bancas, apesar da beleza das suas tatoos. Para o nosso deleite, Fernanda terá mais tempo agora para se dedicar à literatura, de onde, aliás, não deveria nunca ter saído.

VOCÊ É UM PIRATA?

A gente já não tem muitos motivos pra ir ao cinema: medo de assalto, trânsito caótico, falta de vagas nos estacionamentos, o custo pouco amigável dos ingressos e a má qualidade da programação dos cinemas da cidade. E pra dar ainda mais uma forcinha, surge agora uma suposta campanha contra a Rede Cinemais, que funciona no Pantanal Shopping. Estão veiculando e-mails “informando” que há uma onda de assaltos no interior de suas salas de exibição. É por essas e outras que muita gente prefere ficar em casa assistindo DVDs. DVDs piratas, quase sempre. Afinal, com a onda de pirataria, muitas locadoras de vídeos faliram. Os piratas estão em todos os lugares, inclusive dentro de muitas casas. Com apenas um clique, qualquer pacato cidadão pode baixar jogos, filmes, músicas e programas. E mais: torna-se um pirata digital, mesmo quando digitaliza um CD comprado na loja. É ilegal? É!Mas, você resiste?

QUE DROGA!

Artista sofre! Júlio Carcará empreende uma luta de muitos anos para implantar um circo-escola, na Praça Chico Jacaré, localizada no bairro Lixeira. Sua idéia foi, finalmente, contemplada com recursos do governo federal para instalar no local um “Ponto de Cultura”. A comunidade vibra por esse motivo. No entanto, enfrenta a resistência de meia dúzia de moradores do entorno que, equivocados, acham que o projeto pode trazer desvalorização aos seus imóveis. A pergunta que fica é: e o que pensam a respeito da subutilização da praça por marginais? Assim como a maioria dos bairros de Cuiabá o Lixeira também vem sendo tomado pelas drogas, enfrentando sozinho todas as conseqüências nocivas que elas trazem. Essa gente precisa pensar e deixar o Júlio trabalhar. É o milenar preconceito contra o circo...

ALMA DE LA LUNA

Um colírio para os nossos olhos fatigados: a arte de Almerinda Ferraz. A história da dança em Mato Grosso passa por ela, que foi uma das primeiras proprietárias de academia de dança em nosso Estado, influenciando muitos artistas. Almerinda respira dança. Dança com o corpo e com a alma. Por isso é chamada também de “Alma de la luna”!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

LUA NEM TÃO NOVA ASSIM...


Tio tem dessas coisas! Para agradar uma sobrinha uma, levei-a ao cinema para assistir "Lua Nova". Nunca me passou pela cabeça um dia assistir à adaptação para o cinema de mais uma obra da escritora vampiristica Stephanie Meyer. Fiz uma vistas grossas "Crepúsculo", mas dizem que este, feito de forma independente, foi ainda pior que o segundo. Fico, então, pensando como é que foi, apesar da febre que se Tornou mundialmente.



O filme resgata dois mitos antigos da história da humanidade: os vampiros e os lobisomens, dando a eles um contexto contemporâneo. E é em torno deles que gira a vida da mocinha, uma adolescente aparentemente normal. O que a diferencia das demais meninas de sua idade é o fato dela não se interessar pelos garotos "normais" que um rodeiam. Bella Swan tem uma queda por seres fantásticos e vive um triângulo amoroso com um vampiro e um lobisomem.



As histórias de lobisomem que ouço aqui no bairro Lixeira são bem mais emocionantes que as contadas por Stephanie Meyer. Tudo bem que o suspeito de se transformar na figura horrenda nem ao menos se aproxima da estética do ator Taylor Lautner, mas ainda assim é mais emocionante. É gratuito!




ALÔ, INTERCÂMBIO



Quem teve propostas Aprovadas pelo Edital de Intercâmbio da Secretaria de Estado de Cultura vive uma sensação de quem ganhou e não levou. Explico: poucos são os que algumas conseguiram realizar apresentações, para citarmos uma das Modalidades Atingidas pelo edital tal. Os ofícios chegam ao órgão solicitando determinado espetáculo eo órgão não responde. Foi o que aconteceu comigo, por duas vezes já. Da segunda vez, liguei para saber o que estava ocorrendo e fui orientado a ligar para a Ana Moreira, chefe do setor. Seguiu-se, papo, então este, curto e grosso, como poderão conferir:

- Alô ...

- Oi, Ana. É Ivan Belém, tudo bem?

- Tudo!

- Ana, é o seguinte: Tem um ofício de uma universidade pedindo um espetáculo meu para amanhã, preciso saber se vocês autorizaram ...

- Não! Tum-tum-tum

- Alô, Ana ...

- ...

E assim encerrou-se o nosso papo. Será que a Ana desligou o telefone na minha cara? Tenho uma leve impressão que sim. Liguei de volta e estava desligado. Deixei recado com uma funcionária, pedindo que me retornasse e lá se vão quase 15 dias e estou aguardando até hoje.

Pô, Ana, qualé?!


LEILA LOPES, A TRÁGICA

A indústria cultural é cruel. Falando sobre os artistas como se estes não tivessem alma. Todos da engrenagem que Participam São Considerados produtos. Apenas isso. E, no caso dos artistas, esse produto tem que ser, preferencialmente, magro, branco e bonito, de acordo com os Padrões europeus. E assim a massa, formada pela gente comum, não se vê na TV. Aos 40 anos os artistas são velhos e São Considerados "encostados". Mas sobrevive quem tem talento. Estes suas carreiras podem continuar em outras frentes, como o teatro eo cinema. Quem tem talento e não mercado nenhum sobreviveu graças à juventude e beleza, sofre o abandono na maturidade. Sem perspectivas, longe da fama, alguns artistas se renderam à indústria pornográfica. Esta também cruel, como toda indústria. Apesar disso, freqüentemente há alguém passando para o lado de lá. O caso mais emblemático é o de Leila Lopes Falecida, recentemente. Atriz mediana, marcou a carreira como uma professorinha dócil em uma das novelas globais. Atingir Após os 40 anos aproximadamente novelas deixou de fazer. Estava velha para uma indústria cultural. Mendigou papéis aqui e ali, sem Êxito algum. Habituada aos holofotes, ao glamour, recusou-se a entrar para uma extensa lista dos esquecidos e anônimos. Escondeu a idade, mas o rosto deformado pelo silicone uma situação piorava. Agora, aos 50 anos de idade, já em seu terceiro filme pornô, Leila Lopes decidiu sair de cena. Saiu tragicamente, entrou como assim!assim!